segunda-feira, 30 de agosto de 2010

As estruturas de referência no diálogo da liderança – IV

No último post desta série (publicado em 21/06/2010), deixei no ar uma reflexão para os líderes sobre as diferenças fundamentais entre o que a sociedade deseja e o que as organizações oferecem.

Vamos seguir na linha do que Zuboff & Maxmin nos oferecem no livro “O Novo Jogo dos Negócios”. Os autores situam na história a questão da individualidade psicológica, que no passado (não muito distante...) era privilégio de um grupo de elite de artistas e espiritualistas – raro, ilusório, precioso. Hoje, porém, em função da revolução / evolução permanentes da sociedade da informação, grande parte das pessoas, independente de classe ou grupo social, está mais do que nunca na busca da individualidade, da autodeterminação psicológica, no sentido de ter suas necessidades e aspirações atendidas de maneira absolutamente únicas.

No paralelo da busca da autodeterminação psicológica dos indivíduos, nos deparamos com empresas cuja estrutura e estratégias parecem seguir o mesmo modelo dos primeiros anos do século XX, quando foram concebidas para atender a produção e distribuição de bens e adaptadas com pouco sucesso para a prestação de serviços em meados desse mesmo século. Entretanto, a entrega de produtos e serviços nos dias atuais não atende de forma adequada essa nova realidade da experiência individual.

“Na busca de autodeterminação psicológica, os novos indivíduos querem algo que as empresas modernas não conseguem lhes proporcionar: um apoio palpável para levar as vidas que escolhem. Querem ficar livres do estresse, raiva, injustiça e derrota pessoal que consomem tempo e acompanham tantas negociações. Resultado: surge um abismo entre os novos indivíduos e o mundo das organizações de negócios. Muitas pessoas, consumidores e funcionários acreditam que as empresas estão abandonando aqueles a quem deveriam estar servindo – o passado do capitalismo vive hoje um corajoso confronto com as realidades da vida do homem atual.

Empresas investem bilhões em ciclos infinitos de rápidas avaliações para “redescobrir” seus consumidores finais. Porém, é impossível, nos termos dos modelos de empresas atuais, eliminar o abismo que separa os novos indivíduos de suas organizações comerciais. Ao contrário, esse abismo reflete uma lógica empresarial que sobreviveu à sociedade à qual servia no passado. Pouco importa como as organizações consideram seus consumidores. Em todos os casos, a empresa moderna, da forma como a conhecemos, não consegue compreender o que é mais importante com relação aos seus atuais consumidores finais. A indiferença das empresas resultou em uma desconfiança saturada – que, com frequência, chega à repulsa – entre consumidores finais, assim como uma nova determinação de encontrar alternativas ao status quo do mercado atual.”

Esse trecho do “Novo Jogo dos Negócios”, pode nos levar a continuidade de nossa reflexão inicial, na busca de alternativas de resposta:

  • Mas, as organizações não são feitas por indivíduos dessa mesma sociedade? Como pode haver um contraste tão profundo nessa relação?
Voltamos em breve com mais um post para aprofundarmos esse tema!

Abraços e aguardo comentários!

Sergio

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