segunda-feira, 21 de junho de 2010

As estruturas de referência no diálogo da liderança - III

Os conceitos e ferramentas de liderança e gestão vêm evoluindo nas últimas décadas, acompanhando as mudanças profundas pelas quais passam os diálogos na sociedade contemporânea, ávida por participação, influência e valorização das questões únicas de cada indivíduo. Nesse sentido, desde a década de 1960 dividimos as gerações, ao menos no âmbito organizacional, em X, Y e sabe-se lá qual a próxima letra! Claro que se trata apenas de uma questão acadêmica ou didática para situar diferentes comportamentos dos indivíduos diante dos impactos que a evolução tecnológica provoca na sociedade. Cada geração, ainda que possa ser revolucionária, é tão somente a continuidade da anterior, sofrendo e aproveitando das experiências e da transferência do conhecimento. Pelo menos, até agora, não se percebem rupturas drásticas entre as gerações que não tenham sido iniciadas pela anterior.

É pela valorização do indivíduo, pela busca incessante de mais qualidade de vida, de maior controle do seu destino, de pretender atingir suas metas independentemente das influências de uma ou algumas organizações, que estão ruindo as estruturas de liderança e gestão baseadas no comando e controle. Pelas características das gerações que nasceram nos últimos 20/30 anos do século 20, que neste momento da vida já ocupam posições de destaque na liderança empresarial, as tradicionais formas de gestão baseadas no uso – às vezes indiscriminado – do poder da posição, não fazem mais sentido e tão pouco oferecem resultados que sustentem as estratégias de organizações que pretendem ser diferentes, ousadas, contemporâneas e alinhadas com os novos valores da sociedade.

Para reforçar a tese de criar um novo ambiente da liderança, destaco trechos do livro “O Novo Jogo dos Negócios” de Shoshana Zuboff & James Maxmin, obra que brilha ao tratar da necessidade de criarmos um novo ambiente de negócios que suporte os anseios e necessidades de uma nova sociedade:

“Os indivíduos mudaram mais do que as organizações de negócio das quais dependem. Os últimos cinqüenta anos testemunharam o surgimento da nova geração de indivíduos, embora as empresas continuem a operar de acordo com uma lógica inventada na época de sua origem, há um século. O abismo que hoje separa indivíduos e organizações é marcado por frustrações, desconfiança, decepção e até raiva. Além disso, abriga a possibilidade de um novo capitalismo e uma nova era de geração de riquezas.”

É sobre isso que a liderança tem que estar atenta: as diferenças fundamentais entre o que a sociedade deseja e o que as organizações oferecem. Uma pergunta não quer calar: mas, as organizações não são feitas por indivíduos dessa mesma sociedade? Como pode haver um contraste tão profundo nessa relação?

Vamos refletir mais sobre essa questão?

Voltamos em breve com mais um post para aprofundarmos este tema!

Abraços e aguardo comentários!

Sergio

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