quarta-feira, 26 de maio de 2010

A Jornada do Herói - As estruturas de referência no diálogo da liderança - II

A resposta sobre “quem sou eu” é, sem dúvida, uma aventura! E como tal faço esse desafio à você. Vamos iniciar essa viagem de descoberta? Prepare-se para as perguntas, pois elas é que irão conduzi-lo ao destino final – ainda que seja uma pretensão neste momento!


Como estamos a distância, proponho um roteiro. Um roteiro, como no cinema, que orienta a evolução da estória (no caso da sua história), que define o caminho a ser seguido. Podem existir variações (atalhos), que você pode criar - ou podem surgir - mas a escolha dos caminhos ou respostas será sempre sua. O roteiro que proponho para essa viagem de descoberta é baseado na Jornada do Herói. Esse conceito foi desenvolvido por Joseph Campbell e é apresentado e aprofundado em duas obras literárias: A Jornada do Herói – Joseph Campbell Vida e Obra (Editora Ágora) e; O Herói de Mil Faces – Joseph Campbell (Editora Cultrix Pensamento). Se preferir, você pode rever a série O Poder do Mito, produzida pela BBC e disponível em DVD nas locadoras. Esse “roteiro” – e me perdoe Campbell pela redução de uma obra tão vasta e importante - tem sido largamente utilizado pelos grandes diretores do cinema, por exemplo George Lucas que apoiou-se na jornada do herói para construir a saga Guerra nas Estrelas.

A abordagem é simples: a construção dos mitos e/ou dos heróis nas sociedades que construíram a nossa história nada mais é do que um roteiro baseado na vida comum. Essa construção é complementada com adereços e aplicações que reforçam a ideia do êxito, da virtude, do exemplo e das imagens que podem servir de apoio à busca incessante da essência e da perfeição do ser humano. Portanto, nossa história individual tem todos os elementos que revestem a construção do herói ou do mito.

Para simplificar nosso entendimento e resguardada a essência dos estudos de Joseph Campbell, veja a seguir as principais etapas da construção do mito e da jornada do herói. Recomendo que na leitura inicial projete a sua vida neste roteiro. Está escrito para você pensar assim.

O mundo comum

Pense no contexto e a na base onde você vive. O cotidiano e a rotina do dia a dia. Esse contexto é fundamentado em conhecimentos já consolidados e em padrões já estabelecidos. É natural que você esteja acostumado a utilizar os mesmos métodos para coisas diferentes. Mas, os desejos pelo novo já estão presentes, com diferentes graus de intensidade.

Chamado à aventura

De repente, surge um desafio e sementes de possibilidades são lançadas. Provoca-se uma descoberta de que pode haver um mundo diferente, cheio de novas alternativas. Uma aventura nova para se viver e que pode agir como uma tentação – num primeiro momento. Apresenta-se um convite para sair do conforto diário e uma mensagem ou um mensageiro chega com a notícia de que chegou a hora de mudar.

Recusa ao chamado

Mas, seu primeiro sentimento é que não é uma brincadeira, é um jogo de alto risco. Você tem medo, quer manter a segurança do mundo como você conhece. Fica pensando nas coisas que pode perder, se não der certo. Você receia não saber lidar com os novos conhecimentos e expectativas, ou não ter competências suficientes. Essa aventura pode ir contra seus valores, crenças e conforto atuais. Você abandona a busca, foge do desafio, normalmente encontrando uma série de boas justificativas.

Encontro com mentor

Mas, o desafio continua presente, pois representa o vínculo entre onde estou e onde quero estar. De repente, surge um “mentor” que prepara para os desafios com conselhos, orientação, fortalecendo a confiança. Esse mentor pode ser uma pessoa, um livro, um filme, uma reflexão, enfim, algo ou alguém que me retorna à claridade do desafio. Podem ser heróis com experiência bastante para ensinar outros ou desconhecidos. Mesmo que não haja uma pessoa, sempre há um encontro com a sabedoria, com a experiência. Durante a aventura podemos ter vários mentores, nos diferentes estágios da jornada. É preciso estar atento. Mas ele não pode estar junto por todo o caminho. Você precisa conduzir sua própria história.

Travessia para o seu próprio interior

É o momento em que você decide agir e aceitar o desafio. Um ato voluntário onde você se compromete e se dispõe a aceitar as conseqüências (positivas e negativas) da sua escolha. Normalmente, nesse momento o comportamento típico é não aceitar conselhos e sair disparado em busca da aventura. Você esquece o medo e enfrenta a primeira prova.

Testes, aliados e inimigos

Ao longo da primeira prova, você descobre quem e o que pode ajudar ou atrapalhar. Você começa a experimentar o aprendizado de uma nova vida, sob novas regras. Está se adaptando ao novo mundo, deixando de ser “calouro”; vale-se de experiências e conhecimentos anteriores. Um grande inimigo pode ser descoberto ou reencontrado, assim como novos aliados. Você começa a se preparar para o grande desafio. Nesse estágio você formam parcerias, encontrando-se com outros que tem os mesmos interesses comuns. Uma equipe está surgindo.

Provação máxima

No confronto direto com o desafio você enfrenta momentos de muita tensão e pressão enormes. Será que vai dar certo ou não? É um momento crítico. Você não pode viver essa experiência sem se modificar de alguma maneira. O prêmio que se avizinha é o renascer para nova vida e a possibilidade de mudar o mundo comum no qual você vive.

Conquista da recompensa

A jornada está chegando ao final e você sente o prazer de vencer o desafio, ultrapassar os limites. Sente-se um herói, reconhecido como especial e diferente e toma posse do “prêmio” que se buscou durante toda a jornada. Agora, fortalecido, você sente que muitas possibilidades se abrem, até mesmo um novo mundo. Você se descobriu e aceita-se como é, com as forças e fragilidades que fazem parte de você.

O caminho de volta

É chegada a hora de administrar as conseqüências do final da aventura e dos seus resultados. Criar um mundo comum com mais sabedoria, mais experiência, frutos do aprendizado da jornada. Você está preparado para lidar com os sentimentos decorrentes de ter ultrapassado o desafio e, novamente, alcançar o patamar de conforto. Uma nova aventura vai se iniciar...

Bem, essa reflexão é intensa e extensa. Na próxima postagem darei dicas de como conduzir esse exercício com um bom filme.

Um abraço a todos!!

Sergio

quinta-feira, 20 de maio de 2010

As estruturas de referência no diálogo da liderança - I

Se vamos realmente usar o poder do diálogo no exercício da liderança, será preciso um esforço individual de autoconhecimento, de aprendizado e de mudança de comportamento nesse sentido.

Por onde começar?

Proponho uma estrutura que certamente trará importantes descobertas no caminho do desenvolvimento das competências de liderança, deixando claros os pontos fortes e oportunidades de desenvolvimento de cada indíviduo. Não se trata de nenhuma nova descoberta, mas de revisitar conceitos e práticas largamente utilizados nos diversos campos do desenvolvimento humano, passando pela filosofia, psicologia e psicoterapia, neurociência e, obviamente, pela ciência da administração.

Vou expor minha abordagem por etapas que, recomendo, devem ser seguidas na ordem apresentada. Eventualmente, alguns de nós já podem apresentar um bom nível de competência num ou em outro ponto, mas, vale sempre uma nova reflexão sobre esses pontos positivos. Afinal, como disse Guimarães Rosa em Grande Sertão – Veredas: “Os caminhos são sempre os mesmos. O que muda são os olhos do caminhante.”

Então, que tal começarmos pela grande reflexão que o ser humano vem fazendo desde sempre:

  • Quem sou eu?
Um dos meus livros preferidos tem o sugestivo título: “Quem sou eu? E, se sou, quantos sou?” O livro traz uma visão geral de vários tratados filosóficos clássicos e contemporâneos, passando por questionamentos dos impactos na resposta à pergunta-título dos recentes desafios da neurociência, física quântica, ética e moral e ecologia. Mas, que me faz trazer o livro aqui é simplesmente o título.

Para a construção de diálogos produtivos no ambiente da liderança nas diversas naturezas de relacionamento humano, é fundamental que eu possua uma visão - ainda que não completa – sobre meus valores, minhas ideologias, minhas fortalezas, minhas fraquezas, o que de fato importa para mim, enfim, elementos que me tornem efetivamente um protagonista na minha própria história, me levando a descobrir "quem sou eu?". Também é importante ter uma visão clara dessas questões e seus impactos nos diversos papéis que desempenhamos na vida, entre eles o de líder, pois, "se sou quantos sou?".

Continuaremos essa reflexão na próxima postagem.

Um abraço a todos!!

Sergio

quarta-feira, 19 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Diálogos e o novo Santander

Ao longo dos últimos anos, como membro de equipes de liderança, facilitador de aprendizado em gestão de pessoas e como mentor de alguns líderes, tenho me deparado com a busca permanente por parte dos profissionais - em todos os níveis hierárquicos, de experiência e de conhecimento - do “melhor caminho para a liderança de pessoas”. Não raro, eles me veem com as máximas: “ah, as pessoas... são tão complicadas... e dependemos tanto delas... como é complexo o comportamento humano... como é difícil sair deste conflito...

Ainda que tenhamos os mais diversos exemplos de líderes de sucesso (nem sempre com pessoas), retratados em livros, artigos, palestras etc, fica difícil estabelecer um padrão ou método para o desenvolvimento de um comportamento mais efetivo que garanta a “entrega de resultados superiores através das pessoas”. O que normalmente se encontra, mesmo que não publicamente reconhecidos, são: ” resultados superiores apesar das pessoas”; ou “resultados possíveis em função das pessoas”. Ora, uma análise objetiva, ainda que empírica, indica um erro grave da postura do líder: a falta de protagonismo, gerando uma postura permanente de vítima: o problema é com o outro. Decididamente, esse não é o melhor caminho. Reconheçamos, é verdade, o ser humano é algo complexo. Cada um é diferente. Cada um tem expectativas e valores próprios. Cada um se comunica a sua maneira e com os seus recursos.Cada um busca seus interesses e seus sonhos. Naturalmente, essa complexidade é justamente o fator que nos torna únicos, mas, no ambiente organizacional essa realidade se apresenta como uma grande dificuldade para que o líder possa realizar o seu trabalho.

Imaginem uma equipe de 20 pessoas diretas (não raro, esse é o número):

• Como lidar com as diferentes personalidades, expectativas, necessidades, valores, modelos mentais?
• Como atender a todos de forma que a motivação se manifeste presente para que os resultados aconteçam?

Desde sempre tenho feito reflexões a partir de minha experiência como líder e como orientador de líderes. Descubro, como Sócrates, que sei que nada sei. O ser humano é complexo e se não aceitarmos essa realidade vai ser difícil qualquer tentativa de mudança de comportamento do líder no sentido de construir organizações com ambientes de saudável desafio.

Ora, será que não é possível? Lógico que é!! Estamos repletos de exemplos de líderes que fazem a diferença! Que conseguem construir algo absolutamente inovador e que muda a vida das pessoas, ainda que não todas!

Quer um exemplo no nosso dia-a-dia?

Alguém já se deu conta, ainda que não seja cliente, da estratégia de comunicação neste momento do Santander? Os amigos espanhóis sempre foram vistos como predadores do mercado e os fatos comprovam. Sua sede de compra, de controle de grandes instituições financeiras, destacando-se no apetitie voraz de construir o market share sempre baseados nas oportunidades de mercado e, sinceramente, acho que eles tem uma estratégia fantástica e, portanto, sem nenhum juízo de valor sobre o movimento desse grande grupo na dominância dos mercados financeiros das jovens economias ascendentes.

Mas, no Brasil, tem sido diferente. Não há duvidas que quando assistimos a um comercial do Santander escutamos a mensagem do Banco Real. A marca não existe mais, mas a liderança está lá – Fábio Barbosa – , com sua proposta diferente de fazer negócios “juntos” ainda que com todo o respeito que o lucro deve proporcionar.

Tenho certeza que os nossos amigos e importantes parceiros espanhóis estão felizes - e juntos - !!

Penso nos diálogos do Fábio com os espanhóis para iniciar a construção de um novo Santander "all over the world"!!! JUNTOS...

Parabéns Fábio!!! Você é o cara!!!

Sergio

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Poder do Diálogo

Tenho observado que as pessoas estão perdendo a habilidade para conversar. Será que o diálogo, no mundo atual, tão veloz, perdeu a importância?

por Eugenio Mussak
Publicado na Revista Vida Simples

Como o verdadeiro diálogo ocorre? Então é possível aprender a dialogar, a melhorar a capacidade de comunicar-se e de entender o outro?

Depois de muitos anos, reencontrei a Roberta. Amiga de primeira hora na minha chegada a São Paulo, há mais de dez anos, ela e seu marido Claudio foram importantes para me ajudar a perceber que eu poderia criar relações e raízes nesta cidade. Com o tempo fomos perdendo contato, à medida que nossos trabalhos foram ganhando dimensão e espaço, mas ficou aquela sensação gostosa da amizade e do carinho, revelados pelas lembranças de muitas conversas. Ambos eram bons de papo.

– E aí, Roberta, quanto tempo, não é mesmo? Como é que vai a vida? E o Claudio, como está? – disparei, perguntando várias coisas ao mesmo tempo, marca registrada dos encontros após separações longas.

– Eu vou bem, trabalhando muito, terminei o mestrado – e emendou uma explicação sobre sua dissertação. Eu sempre a tive na conta de uma pessoa muito inteligente e focada; não tinha dúvidas sobre seu sucesso acadêmico.

Ela falava com entusiasmo de suas atividades, mas nenhuma palavra sobre sua vida pessoal, seu casamento.

– Parabéns, menina, eu sabia que você iria para o topo. Mas, e o Clau- Foto: Daniel Aratangy; ilustração: Buia dio? Ainda está na mesma empresa? Continua jogando bola?

– Pra dizer a verdade, não sei o que ele tem feito. Estamos separados há mais de um ano. Ninguém te contou? Não, ninguém havia me contado, até porque não tínhamos muitos amigos em comum. Mas aquela notícia teve em mim um efeito estranho, foi como se alguém me contasse da queda de uma instituição. Eu considerava a relação deles muito boa, um exemplo.

– Puxa, que pena. Mas o que aconteceu? Vocês sempre foram tão unidos, ou pelo menos pareciam ser.

– Não sei bem, só posso te dizer que, com o tempo, as coisas foram mudando, até que sentimos que não tínhamos mais diálogo. Enquanto nós conversávamos sobre nossos planos e dilemas pessoais, a coisa ia bem. Quando paramos de falar, de abrir o peito, de juntar os corações, o caldo desandou. Preferimos nos separar antes que acabasse o respeito, já que o amor parece que tinha ido embora. Eu também acho que foi uma pena, mas posso te dizer que foi bom enquanto durou.

A querida Roberta acabou por fazer uma rápida análise técnica do fim de sua relação: “Foi bom enquanto durou, e acabou por falta de diálogo”. É duro dizer se o amor se dissolveu pela falta de diálogo ou se este se rarefez pela volatilização daquele.

A lição que fica dessa história é que o diálogo, a comunicação, a abertura dos corações – no dizer da Robertinha –, seja sintoma, seja causa, merece atenção especial, pois pode ser o remédio para todos os males, uma vez que ele permite a unificação das ideias, dos sentimentos, dos sonhos e também das mágoas, que só podem ser resolvidas se forem trazidas à luz, se se fizerem claras, evidentes. Se se construir uma ponte para ligar almas. Essa ponte é o diálogo. De repente me lembrei de um poeminha que cometi há muitos anos, quando fui paraninfo de uma formatura: “Escolha ser uma ponte, caro jovem, nunca um muro/ Pontes unem, muros separam/ Pontes colocam corações a dialogar/ Muros emudecem as intenções e debilitam almas/ Escolha ser uma ponte para alcançar o futuro/ Uma simples ponte. Mas uma ponte que mostre o caminho do amar”.

Não, o diálogo não perdeu importância no mundo atual, veloz, globalizado, tecnológico, cibernético, bloguista, twiteiro. Só que ele tem sido, aparentemente, menosprezado por quem acha que ele não combina com a modernidade e, principalmente por todo homem ou mulher que colocou, por sua culpa ou não, a pirâmide dos valores humanos de cabeça para baixo. Esclareça-se: o diálogo é uma intenção, independente do meio. É possível manter um excelente diálogo através de ferramentas como skype, o MSN, o SMS e afins. Ferramentas que podem ser bem ou mal utilizadas, como tudo na vida.

Como o verdadeiro diálogo ocorre? – A um monólogo com você, pre-firo um diálogo comigo mesmo! A frase-desabafo acima pode ser uma piada, ou parte dela, mas contém uma verdade, pois não é incomum que aquilo que parece ser um diálogo – duas pessoas conversando – na verdade seja um discurso unilateral, em que um dos dois fala e o outro apenas ouve. Ainda que isso às vezes seja necessário, não estamos diante de um diálogo.

Saber dialogar é mais que saber falar. Dialogar pressupõe ouvir e analisar, antes de responder. “Dialogar é saber ouvir sem julgar, sem tomar posição imediatamente. É saber respeitar, incluir, usar os filtros mentais adequados. Dialogar é não tomar partido, definir o que está certo ou errado, não excluir aquilo que não faz parte da minha visão pessoal”, diz a psicóloga Lamara Bassoli, que é coordenadora da Escola de Diálogo de São Paulo.

Sim, existe uma instituição que se destina a ajudar as pessoas e as empresas (que nada mais são que conjuntos de pessoas) a recuperar a capacidade de dialogar e, a partir disso, promover a “transformação das experiências humanas e a ampliação da consciência”, na visão de seus fundadores (saiba mais no site: www.escoladedialogo.com.br).

O diálogo é a essência da vida, considerando que a vida é um conjunto de interações.

“Dialogar é prestar atenção, é uma religação consigo mesmo, com o outro, com o ambiente, com a natureza”, continua Lamara, que fala com doçura, sempre olhando nos olhos de seu interlocutor. Pode parecer estranho ter de haver uma escola para ensinar o diálogo, mas a ideia não é exatamente nova. A educação dos jovens na Antiguidade – leia-se Grécia – já pensava nisso. Educar era – e ainda é – a maneira de estimular os jovens a viver autonomamente e a colaborar com a polis, a sociedade, que na época dos gregos antigos era concentrada na vida da cidade.

Havia, nas cidades-estados gregas, um espaço destinado exclusivamente à prática do diálogo: a Ágora, o local para as trocas, para o exercício da política, do comércio, das ideias em geral. A Escola do Diálogo tem um espaço semelhante, destinado a estimular o diálogo livre, rico, respeitoso.
Então é possível aprender a dialogar, a melhorar a capacidade de comunicarse e de entender o outro? Na Antiguidade, quando a formação dos jovens começou a se tornar uma atividade social da maior importância, o estudo foi dividido em dois grandes capítulos. Um era o das Habilidades Ocupacionais, que procurava dar ao jovem um ofício, uma competência técnica, operacional, artesanal, algo com certo caráter científico, que lhe permitia ser o que hoje chamaríamos de empresário, empreendedor ou técnico especializado.

O outro capítulo, destinado principalmente aos jovens das classes mais privilegiadas, era composto pelas Artes Liberais, um conjunto de estudos cujo propósito é o de prover os jovens de conhecimentos e habilidades que lhes permitiriam manejar com mais facilidade as necessidades do cidadão, do indivíduo que vive em sociedade e é capaz de usar sua influência para viver feliz produzindo o bem.

As chamadas Artes Liberais estavam divididas em dois capítulos: o Trivium e o Quatrivium. Estes, por sua vez, tinham suas disciplinas. O Trivium era composto por gramática, retórica e dialética. E o Quatrivium se dividia em aritmética, música, geometria e astronomia.

Perceba que o Trivium tinha a finalidade de desenvolver o homem como ser estruturado para a comunicação. A gramática nos ensina a lidar com as palavras, a lógica na construção das frases, a beleza da linguagem. A retórica é a arte do falar, do discurso, da externalização das ideias. Já a dialética pressupõe a contraposição das ideias como meio para elevar o pensamento.

Em outras palavras, você estará preparado para viver em sociedade, para usufruir dela e para colaborar com ela, quando souber organizar suas ideias, quando tiver a habilidade para explicá-las e, claro, quando estiver preparado para ouvir o outro.

Só depois de estarem prontos para o diálogo é que os jovens estudantes eram apresentados às teorias dos números, da matéria e do espaço. Primeiro o homem, depois a ciência. O pensamento precisa do número, mas o número se perde em uma mente não preparada. E tal preparo vem da capacidade de análise, síntese e dedução. A indução vem depois.

Como se vê, dialogar é fundamental para a própria condição humana. O diálogo com outros começa pelo diálogo consigo mesmo, que deriva da justaposição das ideias, da fricção entre valores, do choque dos desejos, da priorização das necessidades. Sempre haverá dois, ainda que dentro de um. E onde há dois surge a oportunidade do diálogo, do engrandecimento pelo compartilhar, do enobrecimento pelo aceitar, da humildade pelo aprender.

Se olharmos mais de perto veremos que o diálogo é a essência da vida, considerando que a vida é um conjunto de interações. Em seu livro A Segunda Criação, o biólogo inglês Ian Willmut, famoso por ser o “pai” da ovelha Dolly, o primeiro mamífero gerado pelo processo de clonagem, escreve sobre o diálogo como fonte de vida. Diz ele: “Os genes não operam isoladamente. Eles estão em diálogo constante com o resto da célula que, por sua vez, responde a sinais de outras células do corpo que, por sua vez, estão em contato com o ambiente externo. Quando esse diálogo não se processa corretamente, os genes saem de controle, as células crescem desordenadamente, e o resultado é o câncer”.

Interessante a visão do geneticista: o câncer é resultado da falta de diálogo. Podemos estar falando do câncer orgânico, tumoral, mas também do câncer social, das relações, que mata igual, se não um organismo, uma relação, uma amizade, um negócio, um casamento. Como foi o caso de meus amigos Roberta e Claudio, ambos ótimas pessoas. Pena que o diálogo deixou de participar dessa relação, que deve ser a três para que seja um só.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A Humildade

Uma lição de sabedoria com o pensador que tinha consciência de sua própria ignorância. Por José Francisco Botelho – Revista Vida Simples

Já que estamos falando de filósofos, e gregos, que tal começarmos pelo expoente de todos - Sócrates. Este texto foi publicado em número recente da revista Vida Simples, publicação de obrigatória leitura para todos que pretendem um melhor entendimento da vida e suas coisas simples. Espero que gostem!!!

Sergio

O filósofo grego Sócrates foi um dos poucos personagens históricos que mudaram os rumos do pensamento humano sem ter deixado uma única linha por escrito. Outros membros desse seleto clube são Buda e Jesus Cristo; ao contrário deles, Sócrates não fundou religião alguma, mas sua vida e personalidade estão até hoje cercadas por uma aura de mistério muito próxima à dos místicos e dos santos (no Islã medieval, aliás, ele era conhecido como o “profeta da Grécia antiga”). Considerado por alguns historiadores como o fundador da filosofia ocidental, ele é até hoje uma das figuras mais controversas e obscuras na história das ideias: tudo o que sabemos sobre ele é um punhado de fatos esparsos, relatados nas obras nada imparciais de seus fervorosos discípulos e seus igualmente entusiasmados detratores. O amor e o ódio a Sócrates, por sinal, são dois vetores constantes na história da filosofia: um jogo de veneração e repulsa que já rendeu muito arranca-rabo metafísico.

Grande parte do que sabemos sobre Sócrates está contido na obra de seu discípulo mais famoso, Platão – nos textos conhecidos como Diálogos, ele retratou as incansáveis discussões filosóficas entabuladas pelo mestre. Uma das questões mais espinhosas na história da filosofia é, precisamente, fazer a distinção entre o pensamento de Sócrates e o de seu discípulo-biógrafo. Contudo, por mais difícil que seja determinar o teor exato das ideias socráticas, o que ninguém nega é a importância descomunal do método de filosofar empregado por ele: a dialética ou, tirando em miúdos, a arte do diálogo. Para compreendê- la, é preciso dar uma olhadela no fascinante mundo em que Sócrates viveu e filosofou – a Grécia do século V a.C.

Quando Sócrates nasceu, por volta de 469 a.C., os gregos haviam acabado de derrotar a Pérsia – a superpotência expansionista da época – nas chamadas Guerras Médicas. O triunfo militar abriu as portas para um dos períodos mais férteis da civilização ocidental. Atenas se tornou senhora de um vasto império marítimo e centro de uma cultura efervescente. Por meio de uma série de reformas políticas, os atenienses aperfeiçoaram o sistema de governo que haviam adotado no século 6 a.C.: a democracia. A cada mês, os cidadãos com mais de 30 anos se reuniam em uma grande Assembleia para debater leis e escolher magistrados. Cada um tinha o direito de defender suas ideias em discursos públicos. Por isso, a arte de falar bem – para convencer, para dissuadir ou mesmo para engambelar – se tornou uma das ocupações favoritas entre os atenienses de todas as classes.

A arte do diálogo É nesse contexto que surgem os sofistas – trupe de intelectuais itinerantes que, em troca de remunerações graúdas, ensinavam as manhas da retórica aos jovens atenienses com ambições políticas. Até então, a filosofia grega se ocupava principalmente de assuntos cosmológicos, como a natureza dos astros e a origem do universo. Os sofistas mudaram essa equação: para eles, o objeto da reflexão filosófica era o próprio homem. Foi um sofista chamado Protágoras quem cunhou uma das frases hoje utilizadas para descrever o espírito daquela época: “O homem é a medida de todas as coisas”. Outra grande inovação introduzida por eles foi o uso do diálogo como método de reflexão e persuasão. Até então, pensadores e políticos costumavam deslindar suas ideias em longos monólogos, emitidos do alto de tribunas, para audiências que podiam interferir apenas com aplausos ou apupos. Já os sofistas preferiam exibir suas habilidades lógicas e seus floreios argumentativos em debates cara a cara, em que dois ou mais interlocutores se digladiavam na defesa de ideias opostas. Esse método dinâmico e vivaz fez grande sucesso em meio à juventude ateniense, que acorria em pencas para assistir aos animados duelos de eloquência protagonizados por Protágoras e sua turma.

Em meio às entusiasmadas audiências dos diálogos sofistas, havia um sujeito pobretão, excêntrico e dono de uma feiura proverbial. Antes de ganhar celebridade como filósofo, Sócrates já era famoso como o maior esquisitão de Atenas. Filho de um escultor e de uma parteira, ele se dedicou por alguns anos ao ofício do pai. Mas, ao que tudo indica, o patrono da filosofia ocidental não era, digamos, um sujeito muito trabalhador. Sua principal ocupação era sondar a alma humana, e pouco tempo lhe restava para questões rotineiras, como ganhar a vida. Costumava andar pelas ruas de Atenas metido em roupas puídas, com as grandes barbas descabeladas e sempre perdido em reflexões. Às vezes, tinha acessos de abstração que pareciam loucura: em determinada ocasião, passou mais de 24 horas parado ao relento, entregue a alguma complexa ponderação metafísica. Também afirmava ouvir uma voz misteriosa que lhe ditava regras de conduta – entre outras coisas, esse estranho anjo da guarda teria proibido Sócrates de se envolver em política (para o filósofo, nenhum homem justo pode enveredar por esse escuro pantanal da atividade humana sem perder a alma ou a vida).

Sócrates aprendeu a filosofar assistindo às preleções dos sofistas, mas logo acabou se afastando dos antigos mestres. Com o tempo, o desgrenhado pensador compreendeu que o excesso de truques retóricos de seus concidadãos servia muitas vezes para ornamentar mentes vazias (qualquer semelhança com o universo acadêmico de hoje não é mera coincidência). Cheia de intelectuais falastrões e de políticos oportunistas, Atenas havia se tornado uma cidade excessivamente satisfeita consigo mesma – e Sócrates decidiu que caberia a ele fustigar a soberba de seus contemporâneos. Mas, para abraçar plenamente sua vocação à insolência, ele precisou de um empurrãozinho divino.

Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência, os antigos gregos costumavam consultar os deuses (naquela época, não havia psicanalistas). Para isso, existiam os oráculos – locais sagrados onde os seres imortais se manifestavam, devidamente encarnados em suas sacerdotisas. Certa vez, talvez por brincadeira, um ateniense perguntou ao conceituado oráculo de Delfos se haveria na Grécia alguém mais sábio que o esquisitão Sócrates. A resposta foi sumária: “Não”.

Saber e não saber O inesperado elogio divino chegou aos ouvidos de Sócrates, causando-lhe uma profunda sensação de estranheza. Afinal de contas, ele jamais havia se considerado um grande sábio. Pelo contrário: considerava-se tão ignorante quanto o resto da humanidade. Após muito meditar sobre as palavras do oráculo, Sócrates chegou à conclusão de que mudaria sua vida (e a história do pensamento). Se ele era o homem mais sábio da Grécia, então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância. Para colocar à prova sua descoberta, ele foi ter com um dos figurões intelectuais da época. Após algumas horas de conversa, percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia. E concluiu: “Mais sábio que esse homem eu sou. É provável que nenhum de nós saiba nada de bom, mas ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um tantinho mais sábio que ele exatamente por não supor saber o que não sei”. A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa sabedoria humana – e não havia melhor palco para essa empreitada que a vaidosíssima Atenas. Em suas próprias palavras, ele se tornou um “vagabundo loquaz” – uma usina ambulante de insolência iluminadora, movida pelo célebre bordão que Sócrates legou à posteridade: “Só sei que nada sei”.

Para sua tarefa audaz, Sócrates empregou o método aprendido com os professores sofistas. Mas havia grandes diferenças entre a dialética de Sócrates e a de seus antigos mestres. Em primeiro lugar, Sócrates não cobrava dinheiro por suas “lições” – aceitava conversar com qualquer pessoa, desde escravos até políticos poderosos, sem ganhar um tostão. Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para defender essa ou aquela posição ideológica, mas para questionar a tudo e a todos sem distinção. Ele geralmente começava seus debates com perguntas diretas sobre temas elementares: “O que é o Amor?” “O que é a Virtude?” “O que é a Mentira?” Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas, questionando o significado de cada palavra. E continuava fazendo perguntas em cima de perguntas, até levar os exaustos interlocutores a conclusões opostas às que haviam dado inicialmente – e tudo isso num tom perfeitamente amigável. Assim, o pensador demonstrava uma verdade que até hoje continua universal: na maior parte do tempo, a grande maioria das pessoas (especialmente as que se consideram mais sabichonas) não sabe do que está falando.

Para muitos ouvintes, o efeito do diálogo socrático era a catarse – uma experiência de purificação espiritual em que as portas do autoconhecimento se escancaram.

Deixando de lado a casca das ideias preconcebidas e os clichês, o discípulo estava pronto para a perigosa aventura de pensar por si mesmo. Às vezes, os argumentos desse conversador incansável eram tão azucrinantes que alguns ouvintes o atacavam no meio da rua, com chutes e pontapés. Perante tais indignidades, ele se limitava a responder com invulnerável ironia: “Não se costuma revidar contra os jumentos que nos escoiceiam”.

Tamanha independência de espírito pode ser algo bem arriscado – tanto na Antiguidade quanto hoje em dia. As patotas políticas não sabiam como lidar com aquele homem que questionava e irritava a todos com o mesmo sorriso de implacável gentileza, sem se deixar aliciar por ninguém. Em 399 a.C., seus desafetos conseguiram levá-lo a julgamento. O filósofo foi acusado de desrespeitar os deuses oficiais da cidade e de “corromper a juventude”: na prática, o que estava sob ataque era sua mania de fustigar a tudo e a todos sem pruridos. Ameaçado com a pena de morte, ele retrucou: “Ninguém sabe o que é a morte. Talvez seja, para o homem, o maior dos bens. Mas todos fogem dela como se fosse o maior dos males. Haverá ignorância maior do que essa – a de pensar saber-se o que não se sabe?” Com sua recusa a retratar-se perante a assembleia, o filósofo foi condenado a morrer por envenenamento. No dia de sua execução, reuniu- se com os amigos, trocou pilhérias e, naturalmente, entregou-se a discussões filosóficas. O carcereiro, ao lhe trazer a taça com cicuta, estava chorando. Mas Sócrates tinha os olhos secos. Bebeu o veneno como quem toma um remédio, despediu-se dos amigos com cavalheiresca tranquilidade e se esticou no catre, como se fosse dormir. E só então seu gênio insolente se calou.

O “vagabundo loquaz” de Atenas foi a primeira figura célebre na história do pensamento a morrer por suas ideias – e sua execução é um dos mitos fundadores da filosofia ocidental. A relevância de Sócrates, contudo, transcende o universo dos filósofos especializados ele se tornou, em grande medida, um modelo de conduta humana. Sua modéstia, numa época de vaidade intelectual, é um aviso aos navegantes de todos os séculos: por mais poder e desenvolvimento que uma civilização tenha atingido, o fato é que, no fundo, continuamos todos humanamente estúpidos. E a negação de nossa própria estupidez pode nos transformar em monstros. Escapar à ignorância congênita da espécie é possível, sim – mas essa é uma tarefa que não se realiza sozinho. A verdade (se é que ela existe) só pode surgir pelo confronto direto e implacável (mas sempre amigável) entre duas ou mais criaturas racionais. Pensar por si mesmo e a si mesmo, olhando no espelho do outro: eis a lição aparentemente simples, mas hoje tão esquecida, legada por uma das figuras mais intrigantes na história da humanidade.

Sócrates: Um dos fundadores da filosofia ocidental, o pensador morreu em 399 a.C. Como Buda e Cristo, que não deixaram escritos, Sócrates é conhecido hoje pelos textos de seus discípulos. A trajetória de Sócrates é uma cruzada contra a falsa sabedoria. Sempre amigável, o filósofo demonstrava o quanto ainda sabemos tão pouco dos mistérios da vida

PARA SABER MAIS: O Julgamento de Sócrates, I.F. Stone, Companhia de Bolso Apologia de Sócrates, Platão, L&PM Pocket

O melhor líder

Muitas são as definições de liderança. Para mim, a mais completa é esta:

"Um líder é o melhor apenas quando se sabe que ele existe. Não tão bom quando adorado, ruim quando temido, pior quando odiado. Mas, de bom líder, quando seu trabalho estiver terminado, sua obra completada, todos dirão: fomos nós que fizemos."

Esta é uma tradução livre do pensamento de Lao Tsé, filósofo chinês que viveu no século IV AC. Incrivelmente atual!

Para mim, a primeira frase e a última traduzem a essência da liderança.

"Um líder é o melhor quando apenas se sabe que ele existe..." O exercício da liderança autêntica e sustentável precisa ser suportado por comportamentos do líder no sentido de se fazer presente, ainda que lá não esteja fisicamente e, se estiver, que as pessoas ao seu redor sintam-se apoiadas e respeitadas, ainda que não seja necessária uma palavra sequer.

"fomos nós que fizemos." Essa tem que ser a percepção e o sentimento das pessoas ao redor do líder sobre as realizações individuais e do grupo. Nada mais é do que a demonstração que aquele líder presente encoraja as pessoas a buscarem seus objetivos e alinhá-los com os objetivos comuns do grupo onde estão, ou da obra que está sendo realizada.

Para pensarmos se nossas posturas, atitudes e comportamentos nos tornam indispensáveis ou verdadeiramente presentes! Para pensarmos se quando entregamos os resultados, eles de fato são produtos do esforço de todos e assim são reconhecidos.

Sergio

Bem-vindos ao blog Diálogos da Liderança!

Este é um espaço que combina informação, conhecimento, troca de experiências, relacionamento e reflexões pessoais!

Meu objetivo é compartilhar com vocês toda e qualquer informação relavante acerca do exercício da liderança em todas as esferas da vida: profissional, pessoal, familiar, social, institucional etc, enfim, em qualquer momento onde as competências da liderança estão presentes.

Não pretendo trazer conteúdos exclusivos para quem exerce uma posição - formal ou informal - de liderança, mas, antes de tudo, propor reflexões sobre os dois papéis que sempre estão presentes no cotidiano: líder e liderado! Também não pretendo adotar uma única linha de pensamento sobre liderança, mas lidar com a pluralidade de conceitos e visões acerca do tema. A escolha do que realmente é melhor será de cada um!

O convite do blog é para retomarmos um comportamento que remonta a Grécia Antiga, berço da civilização ocidental. Naquela época, as cidades contavam com espaços chamados de ágoras, onde se reuniam livremente os cidadãos para discutir os mais diversos temas e, melhor do que discutir, dialogar entre si. Os diálogos eram muitas vezes conduzidos por pensadores e sábios das mais diversas correntes de pensamento, cujo único objetivo era a possibilidade do incremento aprendizado e de reflexão.

Bem, contexto histórico a parte, publicarei aqui artigos e reflexões próprios, textos e matérias de outros especialistas, pensadores, gurus, reportagens, frases, livros e cursos interessantes e tudo o mais de valor que pode contribuir para o desenvolvimento de uma liderança sustentável. Também preciso de sua contribuição, com comentários, dicas de textos, exemplos de sua própria experiência, críticas positivas sobre as publicações.

Aproveite!!

Sergio